O nefrologista Mário Abbud Filho, diretor do Cintrans – Centro Interdepartamental de Transplantes de Órgãos e Tecidos da Funfarme/Famerp, Dr. Roberto Ceratti Manfro, presidente da ABTO, e o nefrologista Horácio José Ramalho, diretor-executivo da Funfarme
A Funfarme/Famerp recebeu, nesta quarta-feira (23 de março), o Professor Dr. Roberto Ceratti Manfro, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos e titular do Departamento de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele proferiu palestra sobre biomarcadores moleculares nas disfunções do transplante renal para médicos, profissionais de enfermagem, residentes e alunos da Funfarme/Famerp e do Instituto Urologia e Nefrologia de Rio Preto.
A apresentação do presidente da ABTO integra ciclo de palestras promovido ao longo do ano pelo Serviço de Nefrologia do Hospital de Base. “É uma grande satisfação poder aceitar o convite para participar deste ciclo e promover esta troca de conhecimento com os profissionais e estudantes de Rio Preto que certamente se revertirá em benefícios para a população”, disse Dr. Roberto Manfro, que é também coordenador do Colegiado dos Programas de Transplantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
À tarde, na Famerp, o presidente da ABTO integrou banca de defesa de tese de doutorado de Camilia Montoro Maseti Felício, aluna do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Famerp.
Dr. Roberto Manfro comentou sobre o atual cenário dos transplantes de órgãos no Brasil. Embora o país tenha o segundo maior programa do mundo de transplantes renais e de fígado, este é insuficiente ainda para atender a demanda. “Conseguir suprir apenas a metade da necessidade de transplantes renais e 35% dos de fígado, ou seja, há ainda muito a crescer para atender as demandas da população.” Outro desafio, segundo ele, é aumentar significativamente a notificação dos potenciais doadores de órgãos. Embora o Brasil seja o segundo país no mundo que realiza transplantes, de cada 8 potenciais doadores, apenas um é notificado.
Várias ações foram tomadas para melhorar esta estatística como, por exemplo, a obrigatoriedade por lei da notificação do potencial doador que teve morte encefálica. O presidente da ABTO ressalta, no entanto, ser fundamental para o aumento de transplantes no Brasil que os cidadãos manifestem claramente à família o desejo de doar os órgãos. “Se pudéssemos escolher uma única atitude isolada importantíssima aumentarmos os transplantes no Brasil seria que cada vez mais pessoas digam: ‘sou doador de órgãos’.”
Segundo o último relatório da ABTO, baseado em dados apurados entre janeiro e junho de 2015, a taxa de recusa familiar à doação ainda é elevada, de 44% dos casos, o que é considerada pela Associação como o principal obstáculo para a efetivação da doação na maioria dos Estados brasileiros. Outro grande entrave é a dificuldade na realização dos testes para o diagnóstico de morte encefálica.