11h33

Dia Mundial de Combate à Hanseníase: ainda é preciso falar dessa doença

Compartilhe
Tamanho da Fonte
A hanseníase é daquelas doenças que todos já ouvimos falar e muito provavelmente nos lembramos dos livros de história. Estigmatizada, carregada de preconceito e má informação, a enfermidade bíblica fez muitas vítimas não só fisicamente, mas sobretudo emocionalmente, e assim continua até hoje. A compreensão pejorativa dada ao nome lepra e aos portadores da hanseníase continua presente na sociedade, silenciosa, negligenciada, mas ainda em uma situação alarmante.

No próximo domingo (29/01) comemora-se o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar a população e informá-la sobre os perigos da doença e a importância do cuidado precoce. A data é lembrada sempre no último domingo do mês de janeiro e busca ainda reforçar que, apesar de ser uma enfermidade bastante antiga, a hanseníase ainda está presente na sociedade fazendo muitas vítimas, em especial nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
 
Os dados mais recentes sobre a doença são de 2015, e comprovam que o Brasil é o segundo país com o maior número de casos absolutos no mundo. Só perde para a Índia. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o país ainda registra cerca de 30 mil novos casos por ano. Na Bahia o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) é referência estadual, e acompanha cerca de 200 pacientes mensalmente em tratamento contínuo, contabilizando aproximadamente entre 8 e 10 novos casos por mês.
 
A Hanseníase

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae. Apresenta múltiplas formas, que manifestam-se por diferentes tipos de lesões na pele. A característica mais importante dessas lesões é a diminuição da sensibilidade nas mesmas, devido ao acometimento de terminações nervosas livres e/ou troncos nervosos. É transmitida pelas vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) por pacientes considerados bacilíferos, ou seja, sem tratamento — aqueles que estão sendo tratados deixam de transmitir. Além disso, muitos pacientes não transmitem a doença mesmo sem tratamento, e a maioria das pessoas tem resistência contra o M. leprae.

“É fundamental que a doença seja reconhecida precocemente, o que pode diminuir sua transmissão e  o desenvolvimento de formas graves. É importante ressaltar que a hanseníase tem cura, quanto mais cedo diagnosticada mais rápida será a recuperação e as sequelas poderão ser evitadas”, explica o dermatologista responsável pelo Ambulatório de Hanseníase do HUPES, Dr. Paulo Machado. “Ainda enfrentamos muito preconceito quando falamos de Hanseníase, é preciso informar melhor a população não só para que se atente aos seus sintomas, mas também para que saiba acolher o paciente com a enfermidade. Lepra é um nome carregado de preconceito e inadequado”, reforça.

O diagnóstico da doença é clínico e pode ser complementado pela pesquisa do bacilo na pele. Caso o tratamento seja tardio, podem ocorrer sequelas e incapacidades físicas. Os medicamentos e a assistência médica são fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
 

Mais dados

Apesar dos avanços na diminuição do número total de casos da doença em alguns estados (devido ao encurtamento do tempo de tratamento e alta mais rápida), o número de casos novos continua sem alterações. Preocupa o fato de que muitos pacientes somente são detectados em campanhas para diagnóstico, o que indica haver uma grande quantidade de doentes sem diagnóstico e ausência de controle da endemia. Além disso, os números divulgados pelo Ministério da Saúde em 2015 conferem ao Brasil dois títulos perversos: o único país do mundo que não conseguiu eliminar a doença (menos de 1 caso para 10.000 pessoas) e o que concentra mais casos novos dela a cada ano. Há ainda uma alta prevalência em alguns estados: Mato Grosso, Pará, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Goiás são as áreas com maior risco de transmissão, concentrando mais de 80% do total de casos diagnosticados.  Isso significa que a hanseníase está associada a desigualdades sociais, pois afeta principalmente as regiões mais carentes do mundo.

Tratamento do HUPES

No HUPES o ambulatório dedicado à hanseníase funciona todas as segundas-feiras à tarde. Os pacientes com a enfermidade ou com sua suspeita devem vir encaminhados pela regulação, através de um dos postos de saúde.
 

Com informação da SBD e Fundação Oswald Cruz.

Mais dados sobre a Hanseníase no Brasil: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/705-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/hanseniase/11298-situacao-epidemiologica-dados

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o nosso site e as páginas que visita. Tudo para tornar sua experiência a mais agradável possível. Para obter mais informações, consulte a nossa política de privacidade e nossa politíca de cookies. Para entender os tipos de cookies que utilizamos, clique em Opções. Ao clicar em Aceito, você consente com a utilização de cookies.

Aceito Opções

Definições

Queremos ser transparentes sobre os dados que nós e os nossos parceiros coletamos e como os utilizamos, para que você possa controlar melhor os seus dados pessoais. Para obter mais informações, consulte a nossa política de privacidade e nossa politíca de cookies.

O que são cookies?

Cookies são arquivos salvos em seu computador, tablet ou telefone quando você visita um site.

Usamos os cookies necessários para fazer o site funcionar da melhor forma possível e sempre aprimorar os nossos serviços.

Alguns cookies são classificados como necessários e permitem a funcionalidade central, como segurança, gerenciamento de rede e acessibilidade. Estes cookies podem ser coletados e armazenados assim que você inicia sua navegação ou quando usa algum recurso que os requer.

Gerenciar preferências de consentimento

Utilizamos softwares analíticos de terceiros para coletar informações estatísticas sobre os visitantes do nosso site. Esses plugins podem compartilhar o conteúdo que você fornece para terceiros. Recomendamos que você leia as políticas de privacidade deles.

Bloquear / Ativar
Google Analytics
Necessário
Google Analytics 4
Necessário

São aqueles que permitem a você navegar pelo site e usar recursos essenciais, como áreas seguras, por exemplo. Esses cookies não guardam quaisquer informações sobre você que possam ser usadas em ações de comunicação de produto ou serviço ou para lembrar as páginas navegadas no site.

Bloquear / Ativar
Site
Necessário