Depressão: falta de tratamento pode levar ao suicídio
Para lembrar o Setembro Amarelo, mês de Prevenção ao Suicídio, o HU-UFS fará um evento no próximo dia 20.
Antônio Aragão, médico psiquiatra do HU-UFS.
Antônio Aragão, médico psiquiatra do HU-UFS.
Tristeza profunda, falta de apetite, desânimo, pessimismo e baixa autoestima são sintomas que devem ser observados com cuidado, pois podem indicar um quadro de depressão, doença atualmente considerada pela Organização Mundial da Saúde como o Mal do Século.
O médico psiquiatra Antônio Aragão, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), explica que a depressão é uma síndrome, um conjunto de sintomas em que a pessoa apresenta o humor deprimido como principal característica, ou mesmo demonstra uma falta de prazer para atividades que eram feitas com contentamento anteriormente.
“Junto a esses sintomas, a pessoa pode apresentar alterações do sono, da alimentação, mudanças de comportamento, uso de drogas lícitas ou ilícitas, choro fácil e lentificação motora”, detalha.
Causas diversas
De acordo com ele, são múltiplas as causas para a doença. “Não existe uma causa única. O que a gente percebe é que é mais difícil apresentar depressão se a pessoa tem uma qualidade de vida melhor, tem resiliência para enfrentar certas situações, está bem na questão clínica, faz atividade física, se alimenta de um jeito saudável, não faz uso de drogas, dorme bem e tem atividades de lazer”, pontua Aragão.
No entanto, o médico afirma que existem indivíduos que podem ter a doença independente do seu estilo de vida, pois há o fator genético envolvido. “É importante ficar atento aos principais sinais de alerta, que são as mudanças de comportamento. Uma pessoa que tinha vida social ativa e passa a ter isolamento, ou uma pessoa agradável, que fazia amizade fácil e se fecha, quando tem contato com outra pessoa apresenta irritabilidade, não tem paciência. Normalmente a pessoa relata, afirma estar deprimido, triste, pensando em suicídio, diz não estar bem. A gente precisa oferecer ajuda nesses casos, convidar para ir a um tratamento, procurar ajuda profissional, compreender que a pessoa está em sofrimento e mostrar empatia”, orienta o psiquiatra.
Mulheres
Aragão afirma que os casos mais comuns são em mulheres, principalmente por fatores hormonais. Ciclo menstrual, gravidez e menopausa são momentos da vida que merecem cuidados, mas a pressão cultural também é um fator importante a considerar. “A mulher muitas vezes tem que assumir as tarefas de casa, o trabalho externo, os filhos, tem que buscar se colocar no mercado de trabalho, na sociedade, e em muitas dessas situações sofrendo consequências do preconceito, do machismo”, constata.
Já em relação aos casos de depressão por faixa etária, Antônio cita que existem até crianças com quadro de depressão. “O mais comum é o adulto jovem. Mas a doença também acomete idosos. Muitas vezes a gente considera como algo normal um isolamento do idoso, acha que é coisa da idade, mas isso pode ser uma depressão, que precisa de tratamento”, diz o médico.
Para ele, quanto mais a depressão se agrava, mais difícil fica o tratamento. “Quando a gente tem um quadro de humor triste que interfere no dia a dia, prejudica o trabalho, os relacionamentos interpessoais, tem que procurar ajuda profissional. Quando esse quadro se agrava muito, se a pessoa fica adiando procurar ajuda, fica com receio, os sintomas pioram, e ela pode apresentar desde uma resistência maior à medicação, ter mais efeitos colaterais, até chegar a algo mais grave, como precisar de uma internação hospitalar ou cometer o suicídio”, alerta.
Suicídio
O médico relata que o suicídio é a principal consequência da doença. “É fundamental falar sobre suicídio. Não tenha receio de perguntar a seu colega de trabalho, a seu familiar, se ele está bem, se quer ajuda, se tem pensado em morte, se anda triste, chame a pessoa para procurar uma ajuda. Não tenha medo de perguntar, de se aproximar, é preciso conversar sobre isso”, declara.
Ele diz ainda que é preciso ter muito cuidado com as pesquisas na internet sobre o assunto, já que podem trazer informações equivocadas e induzir ao erro a pessoa doente, ou mesmo aquela que quer ajudar. “Não necessariamente precisa já ir a um psiquiatra, pode até iniciar com um clínico, o importante é procurar um profissional de saúde, que pode reconhecer mais facilmente a situação”, orienta.
Setembro Amarelo
Para lembrar o Setembro Amarelo, mês de Prevenção ao Suicídio, o Hospital Universitário de Sergipe fará um evento no próximo dia 20, a partir das 8h. Confira a programação:
Setembro Amarelo - Mês de Prevenção ao Suicídio
Sobre a Rede Hospitalar Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde outubro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
http://www2.ebserh.gov.br/documents/16756/4401327/Folder+do+SETEMBRO+AMARELO.pdf/6cf646ca-793b-4731-a473-6c1a35f75feb
Unidade de Comunicação Social
Hospital Universitário de Sergipe - EBSERH